sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Naelyan Wyvern fala sobre Aset!

É com muito orgulho e satisfação que eu posto aqui, um texto muito gentilmente escrito e concedido por Naelyan Wyvern, sobre como Aset veio a aparecer em sua vida! 

Eu agradeço imensamente a ela pelo carinho com que dedicou estas palavras ao nosso blog e à deusa Aset também!

Mario de Carvalho

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Naelyan diz:


Aset entrou em minha vida em 2001. Ela simplesmente chegou e foi se instalando. Eu nunca tinha sentido uma atração especial por ela antes, mas isso era apenas porque eu não a conhecia direito. Eu a via como a Isis Greco-Romana, uma Grande Mãe, abnegada e sofredora. Eu não era mãe na época e nem queria ser. Estava pulando da fase Donzela direto para a fase Anciã e estava muito feliz com isso. Isis e sua maternidade não tinham nenhum significado para mim.

Bem, isso era o que eu pensava, Ela tinha outros planos. Logo que ela chegou, ficou claro para mim que ela não iria embora, nem seria ignorada. Ela chegou como uma rainha, invadindo minha prática pessoal, exigindo cada vez mais espaço. Foi assim que conheci Aset, o Grande Trono, Deusa Rainha das duas Terras de Kemet.

Algumas Bruxas são mais devocionais ou mais ligadas na natureza. Eu sempre fui uma Bruxa bem urbana, sintonizada com a cidade e seus ciclos. E sempre, sempre fui muito ligada à Magia. Qual não foi a minha surpresa ao encontrar eco desta ligação em Aset. A sensação que eu tinha era de que finalmente havia encontrado uma Deusa cuja vibração em relação á magia era exatamente a mesma que a minha. Ela vinha para meu círculo e participava de meus feitiços, acrescentando sua energia e dando palpites. E quanto mais eu trabalhava com Ela, mais percebia que minha forma de entender a magia era muito parecida com a forma como os antigos egípcios a viam. Minha magia sempre fluiu muito através de minha vontade e de minhas palavras. E não é Weret Hekau, a Grande Palavra, um dos títulos de Aset? Assim eu a encontrei em mais uma face: A Senhora da Magia.

Pesquisando os mitos dela eu encontrei não uma mãe sofredora, mas uma Deusa lutadora, guerreira a seu modo, poderosa, capaz de fazer o que fosse necessário para conseguir o que queria. Capaz até de se disfarçar, de se adocicar, para continuar sendo cultuada no mundo Greco-Romano. Por trás da face de Isis, eu encontrei Aset e me apaixonei por ela.

Mas como rainha que é, ela não permitiria que eu escapasse de uma fase tão importante na vida de uma mulher. Ela trouxe a maternidade para a minha vida. E quando meu filho nasceu e quase morreu, eu percebi que estava vivendo parte do mito dela.

Não havia mais dúvidas, eu havia sido escolhida por uma Deusa para ser sua. O que mais eu podia fazer a não ser aceitar? E quando aceitei Aset, descobri que estava aceitando minha própria essência. Eu estava oferecendo a ela meu corpo e meu serviço nesta vida, sem saber que minha alma já pertencia, sempre pertenceu a ela. Eu fiz meus primeiros votos de servir Aset em 2002. E em 2006 fui ordenada como sua Sacerdotisa na Fellowship of Isis. E em troca de meu sacerdócio, Ela me trouxe o amor, como Ela o conhece e entende.

Mas ela ainda não estava satisfeita. Em 2007 eu encontrei a Kemetic Orthodox Faith e lá vi confirmado um conceito que eu já conhecia do Candomblé e da Umbanda, o conceito de que você pertence a uma ou duas determinadas divindades. É o conceito de pais divinos. Funciona assim: todas as almas são formadas à partir de um lago de material de almas. Uma ou duas divindades apanham um punhado deste material e sopram vida nele, criando uma alma e incutindo nesta alma parte de suas naturezas. Estes são seus pais divinos. Por toda a eternidade, enquanto sua alma existir, você carrega dentro de você uma parte dessas divindades, pois sua faísca divina originou-se deles.

Em 2008 eu passei pelo rito que descobre quem foram meus pais divinos e confirmei o que meu coração já sabia: sou filha de Aset, foi ela quem fez minha alma. Filhos de outras divindades podem ter uma mãe e um pai, dois pais ou duas mães, mas filhos de Aset são sempre filhos dela apenas, porque, como dizem na KO “Aset não compartilha.”

Poucas semanas depois fiz na Kemetic Orthodox Faith os votos de Shemsut, ou seja, jurei cultuar e servir Aset em primeiro lugar em minha vida. E recebi dela um nome: Asetdjaut, que significa “Por causa de Aset”.

Sim, eu sou “por causa de Aset”, eu vivo “por causa de Aset”, tudo o que eu faço é “por causa de Aset”. Ela estava mais uma vez me mostrando o quanto eu faço parte dela. Aset me trouxe um profundo sentido de propósito, de pertencer. Através dela encontrei novas funções para meu sacerdócio e para a minha magia. Eu a sirvo em todas as suas faces e cada face tem um trabalho diferente para mim. Eu protejo, eu curo, eu equilibro e tudo isso é por causa dela.

Eu posso sentir a presença dela, aqui ao meu lado, lendo este texto por cima do meu ombro, com um sorriso nos lábios e uma de suas sobrancelhas arqueada, daquele jeito irônico dela. Ela me olha e eu vejo orgulho no olhar dela, vejo aceitação, vejo realização. Sinto a faísca dela pulsando dentro de mim e sei que sou filha da Deusa mais incrível que o mundo já conheceu. Tenho orgulho de ser quem sou, tenho orgulho de ser filha de Aset.

O novo ano Kemético começou e sinto Aset cheia de planos para mim. Sei que suas asas vão trazer novos ventos para minha vida. E me entrego a estes ventos sem reservas.

Sou filha de Aset e sua sacerdotisa. E estou a serviço dela, hoje e sempre.

Naelyan Wyvern
Asetdjaut
Sacerdotisa de Isis e Aset Shemsut

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